sábado, 31 de janeiro de 2015

Exército britânico terá unidade especializada em redes sociais

G1
O Exército britânico irá criar uma nova unidade especializada em mídias sociais para ajudar nas guerras "da era da informação".
Grupos como o autodenominado "Estado Islâmico" têm forte atuação nas redes sociais, por meio da qual fazem recrutamentos e outras ações.

O objetivo do Exército é tentar influenciar populações pelas redes sociais.

Segundo a corporação, a ideia surgiu a partir de lições aprendidas na Guerra do Afeganistão. O chefe da força, general Nick Carter, disse que a medida era uma tentativa de operar de modo "mais inteligente".

A 77ª Brigada, composta de reservistas e tropas regulares e com base em Hermitage, Berkshire, será formalmente criada em abril.

Um porta-voz do Exército disse que a unidade iria "desempenhar um papel fundamental para permitir que o Reino Unido lute na era da informação".

"A brigada está sendo criada para reunir uma série de habilidades essenciais para enfrentar os desafios do conflito e das guerra modernas.

"Ela reconhece que um campo de batalha moderno pode ser afetado de maneiras não necessariamente violentas e se baseia fortemente nas lições do Afeganistão, entre outros."

O recrutamento para a brigada, em que 42% do pessoal será reservista, terá início a partir de março.

Seus membros virão da Marinha, da Aeronáutica e do Exército.

A unidade também vai atuar com as chamadas "operações psicológicas" -focada em desenvolvimento de estratégias de comunicação com as populações locais- e vai buscar "novas formas de permitir que civis sirvam ao lado de militares".

O porta-voz do Exército disse que a unidade terá como inspiração o "espírito de inovação" dos Chindits na Campanha de Mianmar durante a Segunda Guerra Mundial, de 1942-1945.

Chindits era o nome dado a grupos que operavam na selva birmanesa tendo como alvo as comunicações japonesas.

A nova unidade também vai usar a antiga insígnia Chindit de um Chinthe, uma criatura mítica birmanesa que é meio-leão e meio-dragão.

Marketing
Paul Rogers, professor de segurança internacional na Universidade de Bradford, disse que o anúncio representa uma "grande expansão" das operações psicológicas do Exército e foi uma "tentativa de reposicionamento e atualização" nesta área de seu trabalho.

"Tivemos muita dificuldade no Iraque e no Afeganistão. O que o Exército está fazendo agora é tentar aprender com o modo como estes grupos estão usando as mídias sociais", explicou.

Ele acrescentou: "Em alguns sentidos é uma estratégia defensiva. Nós vimos a capacidade incrível do 'Estado Islâmico' na internet, Facebook, Instagram e todo o resto."

Um ex-oficial do Exército que participou de operações psicológicas nos Balcãs, no Afeganistão e no Iraque, Simon Bergman, disse que a unidade vai ajudar a construir "o Exército do futuro".

"Por exemplo, a Brigada 77 terá um grande componente de civis que vão atuar com as populações, conseguindo efeitos militares - e um efeito mais amplo, pois, como sabemos do Afeganistão, os militares não trabalham isoladamente. Funcionam como um componente do governo".

Análise
Leia a análise do correspondente para assunto de Defesa da BBC, Jonathan Beale:

O Exército diz que aprendeu lições valiosas no Afeganistão - e uma dela é que não pode vencer guerras usando apenas força militar.

A nova brigada será composta de militares que não apenas carregam armas, mas que também sejam capazes de usar as mídias sociais, como Twitter e Facebook, e arte obscura das "operações psicológicas", conhecidas como "psyops".

Eles vão tentar influenciar populações locais e provocar mudanças de comportamento por meio do que o Exército chama de meios tradicionais e não tradicionais.

Civis com habilidades desejadas irão trabalhar ao lado das tropas regulares e reservistas e podem ser enviadas para qualquer lugar do mundo para ajudar a "conquistar corações e mentes".

Isso pode ser visto como prova de que o Exército está se adaptando à guerra assimétrica moderna, e que continua a ser relevante num momento em que há temores, no Exército britânico, de que ocorram mais cortes após a eleição britânica, em maio.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Reino Unido apela ao público para tentar salvar abelhas da extinção

(POSTADO PELO "PROGRAMA DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS" DA FUNDAÇÃO PORTAL DO PANTANAL)

19/07/2014 | 11h39min

Abelhas estão diminuindo ao redor do mundo e cientistas ainda não descobriram motivo. (Foto: AFP Photo/Philippe Huguen)

Cinco passos podem ajudar a conter o declínio das populações de abelhas e outros polinizadores vitais para manter a cadeia alimentar da qual as pessoas dependem, afirmaram as autoridades britânicas nesta semana ao fazer um apelo público.
Governos de todo o mundo têm se alarmado com o forte declínio no número de abelhas, que desempenham um papel fundamental nos ecossistemas, especialmente nos cultivos que compõem grande parte da alimentação humana.
Segundo a agência France Presse, os cinco passos são: plantar mais flores, arbustos e árvores ricas em néctar e pólen; deixar trechos de terra livres para o crescimento de plantas silvestres; aparar a grama com menos frequência; evitar perturbar ou destruir insetos aninhados ou em hibernação; e pensar cuidadosamente antes de usar pesticidas.
"Polinizadores como as abelhas são vitais para o meio ambiente e para a economia, e eu quero assegurar que faremos tudo o possível para salvaguardá-los", disse o vice-ministro de Meio Ambiente, Rupert de Mauley.
"É por isso que estamos encorajando a todos para que adotem algumas poucas ações simples e façam seu papel em ajudar a proteger nossas abelhas e borboletas", acrescentou.
Estratégia nacional para polinizadores
Os cinco passos impulsionados pelo Ministério do Meio Ambiente são divulgados antes da publicação pelo governo, prevista para este ano, de uma estratégia nacional para proteger polinizadores.
A organização Amigos da Terra saudou a iniciativa, mas instou o governo a trabalhar para limitar o uso de pesticidas, que se acredita ser um fator chave neste declínio.
"O governo também precisa desempenhar seu papel, fortalecendo sua vindoura Estratégia Nacional de Polinizadores para responder a todas as ameaças que as abelhas enfrentam, especialmente apoiando os fazendeiros a reduzir o uso de pesticidas e contendo a perda continuada de hábitat vital como as pradarias", disse o diretor executivo Andy Atkins.
O governo britânico tem sido criticado por se opor às restrições da União Europeia ao uso de vários neonicotinoides em cultivos favorecidos pelas abelhas. As substâncias têm sido vinculadas ao declínio nas populações de abelhas e aves.
Importância das abelhas
A mortalidade de abelhas ao redor do planeta ameaça ambos os processos. Entre as possíveis causas já listadas estão o uso excessivo de pesticidas, como os neonicotinoides, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.

Investigar essas e outras hipóteses é importante, porque pode evitar um possível caos ambiental. O declínio põe em risco a capacidade global de produção de alimentos.
Para se ter ideia, segundo a Organização das Nações Unidas, os serviços de polinização prestados por esses insetos no mundo – seja no ecossistema ou nos sistemas agrícolas -- são avaliados em US$ 54 bilhões por ano. Além disso, 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha.
G1