Reino Unido sugere boicote à Copa para pressionar Blatter
31 mai 2015
15h11
Ao reforçar coro pela saída do presidente da Fifa, secretário inglês diz que Europa deve considerar não participar de Mundiais. Bancos britânicos abrem investigação interna para apurar transações citadas em escândalo.
O secretário britânico de Estado para Cultura, Mídia e Esportes, John Whittingdale, apelou neste domingo (31/05) para que Joseph Blatter, recém-reeleito presidente da Fifa pela quinta vez, renuncie ao cargo, após a deflagração do escândalo de corrupção na entidade.
Whittingdale disse ainda que todas as opções devem ser consideradas para pressionar o suíço a deixar a presidência da entidade, e que a Europa deveria considerar um boicote às futuras Copas do Mundo.
Nesta sexta-feira, Blatter, de 79 anos, venceu a eleição para a presidência na Fifa em meio a um grande escândalo de corrupção e pagamento de propinas no valor de 150 milhões de dólares em contratos. Sete executivos da federação foram presos em Zurique na quarta-feira passada por envolvimento no esquema, segundo as autoridades dos Estados Unidos.
Em declaração dada ao jornal suíço Sonntagsblick, Blatter minimizou o impacto do escândalo em um dos órgãos esportivos mais poderosos do mundo, que recebe bilhões de dólares em receita através de patrocínios e direitos de comercialização para a TV. Ele sugeriu que os EUA escolheram este momento para fazer as acusações com o intuito de tentar sabotar sua reeleição.
Sob pressão, principalmente europeia, para renunciar, o chefe da Fifa queixou-se do tratamento que vem recebendo. "Deixe-me colocar isso dessa forma: Eles não demonstraram o menor respeito por mim", reclamou.
Bancos britânicos abrem investigação interna
O banco britânico Barclays abriu uma investigação interna para apurar como a instituição teria sido usada no escândalo de corrupção envolvendo a Fifa e empresas de marketing esportivo. A informação foi confirmada neste domingo por um funcionário do banco à agência de notícias AFP.
O Barclays, porém, não comentou a informação. A instituição aparece nas investigações do governo dos Estados Unidos que apontam para um esquema de pagamentos de propinas. Até agora, três bancos com sede no Reino Unido são acusados pelas autoridades americanas de ter recebido dezenas de milhões de dólares desviados para o exterior.
Na sexta-feira, o Standard Chartered confirmou a abertura de investigação interna. "Estamos cientes que dois pagamentos recebidos pelo Standard Chartered foram citados na acusação. Estamos apurando esses pagamentos", afirmou o banco por meio de um comunicado.
A terceira instituição, o HSBC, não comentou o caso. Os três bancos aparecem nas investigações, nas não são apontados por eventuais irregularidades.
Até agora, investigadores americanos indiciaram 14 pessoas, incluindo os sete dirigentes da Fifa presos, por envolvimento no esquema. Richard Weber, chefe das investigações criminais, afirmou ao jornal The New York Times nesta sexta-feira que novas acusações de recebimentos de propina em contratos de marketing e na escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010 devem aparecer em breve.
Weber, porém, não indicou nomes, nem confirmou se o recém-reeleito presidente da Fifa, Joseph Blatter, aparecerá nas novas acusações. "Estou confiante que haverá uma nova rodada de indiciamentos", afirmou ao jornal.
MSB/rtr/afp/dpa
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