Protestos e saques atingem diversos bairros de Londres
Pela primeira vez, também houve confrontos com a polícia e saques fora de Londres, em Birmingham, no centro do país. À noite, foram registrados também distúrbios em Liverpool, ao norte. Ao menos 215 pessoas foram presas.
Os distúrbios de ontem começaram no fim da tarde em Hackney, bairro no leste londrino próximo do Parque Olímpico, onde acontecerá a Olimpíada no ano que vem.
Após a polícia revistar um homem, um grupo se juntou e começou a atirar o que encontrava nos policiais: latas de lixo, garrafas, pedras, pedaços de madeira. A maioria era jovem; muitos, menores, cobrindo o rosto com lenços. Depois quebraram vitrines e saquearam lojas.
Mais tarde, o mesmo aconteceu em Lewisham (sudeste de Londres) Peckham, Clapham (sul) e Ealing (oeste).
Por volta das 20h30 locais, um grupo incendiou uma loja de móveis e casas em Croydon (sul). Havia relatos de vandalismo em Camden Town e Notting Hill (norte).
A polícia investiga redes sociais como Twitter e Facebook e um serviço de mensagens do BlackBerry para checar informações sobre suposta convocação dos encontros.
O que está havendo é banditismo. Pura criminalidadeº, disse a ministra do Interior, Theresa May, que interrompeu as férias para voltar a Londres.
Após críticas, o primeiro-ministro, David Cameron, e o prefeito de Londres, Boris Johnson, também decidiram suspender as férias e voltar à cidade. Hoje, Cameron faz uma reunião extraordinária para decidir que medidas tomar para conter a violência.
A polícia ainda investiga a conexão entre os conflitos.
O primeiro, em Tottenham, aconteceu após protestos pela morte de Mark Duggan, que tinha 29 anos e foi baleado pela polícia na quinta-feira.
A informação oficial é que ele atirou primeiro, o que a família contesta. Na tarde de sábado, familiares e amigos foram até a delegacia local pedir explicações à polícia.
Ainda não se sabe o que transformou o protesto pacífico em um conflito com os policiais, que, em menor número, não conseguiram conter as pessoas Ðelas incendiaram um ônibus, carros policiais e lojas.
O bairro foi tomado pela polícia no dia seguinte. Mas os protestos se espalharam para Enfield (que fica ao lado) e Brixton (no sul).
São todos bairros pobres, com grande concentração de população afro-caribenha.Moradores dizem que havia ódio contido pela forma como a polícia lida com os jovens, sobretudo os negros.
Afirmam que muitos são abordados e revistados sem nenhuma razão aparente.
Outros culpam os cortes feitos pelo governo em programas sociais.
Kit Malthouse, vice-prefeito responsável pela polícia, nega as acusações e diz que tudo é obra de um pequeno grupo de criminosos que não estão preocupados com questões sociais, mas com os produtos que vão saquear.
Nenhum comentário:
Postar um comentário