O tabloide dominical britânico "News of the World" vai deixar de circular depois do próximo domingo (10), informou nesta quinta o grupo News Corp Internacional, que o edita. A interrupção ocorre após novas denúncias de que a publicação teria grampeado telefones de fontes.
"Após consulta com os superiores, decidi que devemos tomar mais medidas em relação ao jornal. Este domingo será a última edição do News of the World", afirmou em um comunicado.
James Murdoch, presidente do grupo e filho do magnata Rupert Murdoch, disse que a empresa admite os erros cometidos e prometeu fazer o máximo para consertá-los.
Ele também disse que o dinheiro da última edição será doado para boas causas.
As últimas revelações no escândalo das escutas telefônicas do tabloide, suspeito agora de ter grampeado os telefones de parentes de soldados britânicos mortos no Iraque e no Afeganistão, aumentou a indignação e constrangeu o governo.
Após o anúncio do fechamento, o premiê David Cameron disse que todos os responsáveis por erros no caso devem ser levados à Justiça.
Várias famílias de militares mortos em ação manifestaram a sua indignação após terem lido o "Daily Telegraph", que assegura que seus telefones podem ter sido grampeados por um detetive particular a serviço do jornal sensacionalista. Seus números teriam sido encontrados nesses registros.
O ex-chefe do Estado-Maior, Richard Dannatt, declarou-se "atordoado", enquanto o ex-comandante das forças britânicas no Afeganistão Richard Kemp ficou "mudo de raiva".
Já o líder da oposição trabalhista, Ed Milliband, se disse "aborrecido".
"Nossas Forças Armadas e suas famílias merecem o respeito e o apoio da Nação", disse o ministro da Defesa, Liam Fox.
Este caso de escutas, que envenena a vida política no Reino Unido há meses, apresentou uma série de revelações espetaculares nos últimos dias.
O "News of The World" tem tiragem de 2,8 milhões de exemplares e era alvo de acusações de escutas irregulares desde 2006.
O caso gerou várias detenções e a demissão em janeiro de Andy Coulson, ex-redator-chefe, de seu posto de diretor de Comunicação do primeiro-ministro.
Nos últimos dias, o jornal foi acusado de ter feito escutas na família de uma jovem assassinada e em parentes de vítimas do atentado de Londres em 2005.
Os escândalos levaram várias empresas a cancelares anúncios nas páginas do tabloide.
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